Pesquisadores
da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP estão estudando um
fotoprotetor inédito, com vários benefícios em relação aos protetores
solares vendidos no comércio. O novo produto oferece mais proteção solar
e tem ação antioxidante, tendo em sua composição a substância natural
rutina.
A rutina é encontrada em árvores de pequeno e médio porte nas
regiões brasileiras do cerrado e da caatinga. A substância também está
presente na cebola, na uva e no vinho tinto.
Já
utilizada como antioxidante, a rutina também previne contra danos dos
raios ultravioletas. "A rutina é um flavonoide , tradicionalmente
utilizado como antioxidante e vasoprotetor, que eleva o tônus venoso e
reduz a hipermeabilidade capilar e a formação de edemas.
Ela também atua
na prevenção dos danos causados pela radiação ultravioleta," explica o
professor André Baby.
Os
resultados indicam que o flavonoide teve a tendência de não penetrar o
estrato córneo da epiderme, mantendo-se na superfície da pele. Isto
levou os pesquisadores a usar a rutina como adjuvante dos sistemas de
protetores solares, já que ela apresenta estrutura química semelhante à
dos filtros solares comerciais, e tende a não ser absorvida pela pele.
De
acordo com o professor Baby, as propriedades da rutina identificadas
por ele e seus colegas contribuíram fortemente para sua aplicação em
protetores solares denominados protetores fotoativos. "Eles apresentarem
vantagens significativas no desempenho do produto com a incorporação da
substância de origem natural", destaca.
Para Maria Valéria Robles
Velasco, que participou das pesquisas, o desenvolvimento e a análise dos
fotoprotetores bioativos estão em harmonia com a tendência mundial da
utilização de substâncias de origem natural em produtos cosméticos. "Ao
mesmo tempo, elas funcionam como estratégia para elevação ou manutenção
da eficácia fotoprotetora, mesmo com a redução da proteção dos filtros
solares convencionais", aponta.
A
etapa atual da pesquisa está sendo direcionada para a associação do
flavonoide com os filtros solares tradicionais como o p-metoxicinamato
de metila, a benzofenona-3, o octocrileno e avobenzona, entre outros. O
próximo passo da pesquisa será a determinação da eficácia do protetor
solar natural em seres humanos.
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